sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Divina Itália em João Pessoa

No ano passado, minha filha Mariana abriu um restaurante italiano em João Pessoa. Ela e os dois sócios (Ana Paula e Franco) batalharam muito para apresentar ao paraibano, carente de novidades gastronômicas, uma combinação de descontração e boa comida.
Mãe coruja que sou, faço questão de mostrar para os meus 3 leitores a foto de uma crítica elogiosa, publicada esta semana na Revista Gula. Para ler a matéria clique sobre a foto.

Para quem viaja muito pelo Nordeste, taí uma ótima pedida. E sabe por que? Porque o chef Franco, além de ótimo anfitrião, não tira o olho da turma que pilota panelas e frigideiras. Além do chef, o público também pode acompanhar o preparo de todos os pratos, já que apenas uma parede de vidro separa a cozinha da sala onde estão as mesas. Um toque de charme que ficou a cargo de outro amigo, o arquiteto Marcelo Cecchi.
No salão, Mariana e Ana Paula fazem questão de que a descontração dos garçons se traduza em eficiência. Ponto a mais para quem adotou João Pessoa como lar e sabe que o turismo paraibano precisa se profissionalizar, em todos os sentidos.
Vida longa ao Divina Itália!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Ueba! Os blocos invadiram o Rio de Janeiro

É refrescante. É saudável. Sinal de que a cidade resiste à violência dos que querem tomar posse de sua identidade. Uma cidade que gosta de abrir as portas e curtir o quintal, o asfalto, a areia.

Os blocos estão em todos os bairros. Enormes ou diminutos, ao gosto do freguês. Um sobrinho me conta que ontem esteve na Urca. O bloco saudava Roberto Carlos com refrões e versos de apenas três músicas. Os foliões foram até o prédio do Rei, insistiram, capricharam na afinação e lá veio RC acenar para uma novíssima geração jovem guarda.

O Rio não estava preparado para os mais de 400 blocos (160 registrados oficialmente) que invadiram todas as regiões da cidade. O trânsito não suportou. Até para quem se refugia nos cinemas, como eu, não foi fácil circular. Principalmente depois das 6 da tarde, quando os táxis passavam lotados ou exorbitavam nos preços: 50 reais daLapa ao Leme, por exemplo, e assim foi. Era pagar ou largar.
No sábado, dia do bloco do Barbas, em Botafogo, procurei pela polícia, mas não encontrei. Depois, caminhando na orla de Copacabana, prossegui com a busca. Nada de PMs e apenas dois guardas municipais. É bem verdade que os companheiros, muitas vezes, conseguem mais atrapalhar do que ajudar. Mas não é possível e nem imaginável subestimar a capacidade de ação do crime organizado e da galera nem tão organizada assim.
O que acho admirável é ver tanta gente na praia, nas ruas e nos bailes. A alegria venceu o medo. E isso apesar dos lamentáveis assaltos a turistas em albergues e excursões pela cidade. Muitos foram embora, chocados com a violência escancarada. Atualmente, assaltante que se preze já chega munido de fuzil e granada. Imagine um canadense diante de um cenário desse?
Mas.............. o Rio de Janeiro resiste, e sem saudosismo. Como escreveu Ruy Castro na Folha de São Paulo, " o Rio custou, mas redespertou para o Carnaval. E para um Carnaval que também parecia defunto: o dos bailes à fantasia, com orquestras de metais, em clubes e gafieiras; dos shows de ruas (trazendo de volta baluartes como Roberto Silva, JOão Roberto Kelly, Ademilde Fonsexa) e até o de deliciosos ranchos, estilo 1910, como o Flor do Sereno, em Copacabana. Não é uma " nostalgia" ".
É.... não tem saudosismo e nem nostalgia. Tem uma injeção de juventude, ar puríssimo que faz circular uma energia que contagia até os mais céticos.
Viva o alto astral!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Claudinho Favieri

Na juventude fomos muito próximos. Viagem para Ubatuba, porres no Bartolo da Vila Madalena e noitadas depois do trabalho na Rádio Globo. Éramos um time, palavra que virou clichê no pós-pós-liberalismo. Vivemos poucas e boas. Ultrapassamos alguns limites. Sofremos .
Claudinho sempre escreveu bem. Adorava ser repórter.
Depois nos distanciamos. Cidades diferentes, interesses distintos, carinho sempre presente. E nos reencontramos em Cunha. O afeto era o mesmo, apenas mais maduro.
Na pousada Vale das Cachoeiras Claudinho viveu os últimos 13 anos de sua vida. Ricardo Soares era hóspede frequente. Divulgamos a hospitalidade e a beleza de Cunha entre vários amigos comuns. A lotação era plena neste Carnaval.
Claudinho morreu na véspera da folia. E com ele um jeito especial de encarar o jornalismo. Uma batalha pela apuração e pela intimidade com a notícia que faz falta neste início de século 21.
Em nossas trocas de e-mail ele me chamava de "minha flor de laranjeira".
Pois foi-se embora uma das pessoas mais floridas que conheci.